Fotos inéditas da construção de Brasília mostram obras de Stellio Seabra, o 'arquiteto da rainha'
07/12/2025
(Foto: Reprodução) Construções em Brasília nos anos 60, em prédios que tiveram colaboração do arquiteto Stellio Seabra
Arquivo Público do DF
Você conhece Stellio Rodolpho Bastos Seabra? Ele foi um arquiteto que viveu de 1932 a 2023, e atuou na construção de Brasília nos anos 60.
Os prédios em que ele trabalhou se tornaram referência na capital, foram lar da família do cantor Renato Russo e até receberam a visita de Elizabeth II, feito que deu a ele o apelido de "arquiteto da rainha".
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Na terça-feira (2), o Arquivo Público do Distrito Federal divulgou imagens inéditas da construção de prédios projetados por ele.
As imagens foram doadas pela viúva do arquiteto, Nina Seabra, e entregues pelo sociólogo e arquiteto Fernando Campos, amigo da família.
Rainha Elizabeth II visitou o Brasil em 1968
Quem foi Stellio Seabra
Stellio Seabra nasceu no Rio de Janeiro, em 1932. Ele chegou a Brasília em 1961, pouco depois da inauguração da capital.
Segundo o historiador Elias Manoel da Silva, do Arquivo Público, na entrega das fotografias Fernando Campos explicou que Seabra veio para a capital como arquiteto do Banco do Brasil.
Stellio Rodolpho Bastos Seabra em junho de 1963
Arquivo Público do DF
Seu objetivo era trabalhar em obras geridas e financiadas pelo BB, que se tornariam lar dos funcionários do banco que mudariam do Rio de Janeiro para a nova capital.
"Diferente de obras que eram marcadas por certa escassez financeira ou rigidez burocrática dos projetos, o Estelio Seabra teve total liberdade de prancheta", disse o historiador.
Um projeto residencial feito por ele foi o Bloco B da SQS 303, onde a família de Renato Russo morou.
O arquiteto morreu em 2023, aos 90 anos, em Natal (RN), onde morava com a esposa.
Prédio visitado pela rainha
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O historiador Elias Manoel da Silva disse que a obra prima de Seabra foi o Jardim de Infância, da Superquadra Sul (SQS) 308. Em 1968, a escola foi visitada pela rainha Elizabeth II e pelo príncipe Philip.
🔎 Elias explica que a escolha de visitar o local aconteceu porque a 308 era uma "quadra modelo", um tipo de "vitrine" de Brasília. À época, a capital ainda era um grande canteiro de obras, e a quadra era uma das poucas que já estava pronta e completa.
Fernando Campos informou ao Arquivo Público que Seabra não teve filhos e, ao projetar o Jardim de Infância, fez uma espécie de "devolutiva existencial, projetando para os filhos dos outros".
Com um espelho d'água e azulejos coloridos, o local se apresentava de uma forma diferente das outras escolas da época.
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