Queda do Boeing-787: com 242 pessoas a bordo e um sobrevivente, existe assento mais seguro nos aviões?

  • 15/06/2025
Aeronave decolou lotado de Ahmedabad, na Índia, com destino ao Aeroporto de Gatwick, em Londres, na última quinta-feira (12) e caiu depois de menos de um minuto no ar. Sobrevivente da poltrona 11A reacende debate sobre lugar mais seguro do avião Na quinta-feira (12), o Boeing-787 decolou lotado de Ahmedabad, na Índia, com destino ao Aeroporto de Gatwick, em Londres. Depois de menos de um minuto no ar, o avião caiu, deixando, ao que tudo indica, somente um sobrevivente: Ramesh. "Por um momento, achei que também ia morrer. Mas, quando abri os olhos e percebi que estava vivo, tentei destravar o cinto e sair dali", relembra o homem, ainda no hospital. O jato subiu cerca de 200 metros e caiu, de nariz para cima, sobre um alojamento de uma faculdade de medicina. Com os tanques cheios, aconteceu uma tremenda explosão. "Logo depois da decolagem tive a sensação de que o avião ficou parado no ar por uns dez segundos. As luzes da cabine acenderam. Parecia que ele tentava ganhar altitude, mas de repente veio o impacto", conta Ramesh. Até o momento, o número oficial de mortos é 279, no avião e em terra. O acidente deu origem a duas grandes perguntas: Por que o Boeing caiu? E como uma pessoa se salvou, ilesa? A queda Hoje aposentado e vivendo no Canadá, o comandante Kieling tem 40 anos de experiência como piloto, instrutor e examinador – no Brasil e na China. Ele levanta três pontos: 1. Por que, para decolar, o avião precisou percorrer a pista até o final, o que dá para perceber pela poeira levantada? "Essa pista tem 3.599 metros. E metade dessa pista é suficiente para o 787 decolar. Ou para a maioria dos aviões comerciais", analisa. 2. Por que o trem de pouso se manteve abaixado, se o normal é recolher logo que o avião sai do solo? "Porque a aeronave teve uma ascensão positiva inicialmente. Era o momento para recolher o trem", comenta. Ascensão positiva significa que conseguiu decolar e estava subindo, o que leva ao terceiro ponto. 3. Qual a posição dos flapes? Os flapes são partes móveis de trás das asas, fundamentais para aumentar a sustentação na decolagem. "E como nós podemos aumentar a sustentação? Através da velocidade, aumentando a velocidade da aeronave, aumentando a área da asa ou aumentando a curvatura da asa do aerofólio", afirma. Para explicar o que aconteceu, uma hipótese seria de pane geral nos motores, assim que o avião decolou. "Essa possibilidade de falha simultânea nos motores, sem nenhuma razão aparente, é muito difícil", analisa Kieling. Outra tese, muito cogitada entre os profissionais da área, é que, logo depois da decolagem, em vez de recolher o trem de pouso, os pilotos tenham recolhido os flapes. "Eu vi isso em simulador mais de uma vez, durante estresse, durante tensão. O piloto errar", lembra o especialista. No sábado (14), surgiu uma versão em melhor qualidade de um vídeo que já vinha circulando, com os últimos segundos do voo. A imagem, se for mesmo verdadeira, sugere que está estendido um equipamento chamado R.A.T. — sigla em inglês para Ram Air Turbine — que usa o vento para gerar energia. "Ele é um gerador eólico, que é uma hélice, e esse gerador é utilizado em casos de emergência. Que emergência? Se perder todo o sistema elétrico", explica Kieling. O R.A.T. também pode ser acionado em casos de: Pana hidráulica muito grave; Pane simultânea dos dois motores. O equipamento se estende de forma automática. "Se isso aconteceu, talvez haja uma falha complexa, como perda dos dois geradores, falha elétrica, que culminou com esse equipamento sendo acionado automaticamente. Mas ainda é prematuro dizer se é verdade ou não", completa o comandante. O sobrevivente Em meio à tragédia, ainda inexplicada, se destacou o Ramesh, o passageiro que saiu ileso dos destroços em chamas. "Não sei como consegui escapar. Depois uma ambulância me trouxe aqui para o hospital", lembra Ramesh. E então recomeça aquele antigo debate: qual o lugar mais seguro num avião? O comandante Kieling explica. "Geralmente, o lugar mais seguro é a cauda. Até porque as chamas acabam comprometendo toda a estrutura da nave e a cauda acaba ficando", afirma. A análise do comandante é de maneira genérica, porque cada acidente é um acidente. O que torna tudo mais curioso, nesse caso, é o passageiro ter saído ileso estando sentado na poltrona 11A, perto das asas dos tanques de combustível. E depois da felicidade de sobreviver, tem a questão psicológica. No desastre na Chapecoense, que matou 71 pessoas, por exemplo, um dos casos mais impressionantes é de Alan Ruschel, que voltou a jogar em alto nível. "Acho que foi a intervenção divina ali, e Deus quis que eu ficasse aqui", relembra o goleiro. Antonio Vizintín, sobrevivente da tragédia dos Antes, na qual os passageiros passaram 72 dias perdidos na neve, em 1972, e chegaram até a se alimentar de carne de companheiros mortos, tem uma visão mais prática. "Acho que é tudo acaso, uma questão de sorte. De a pessoa estar no assento adequado para se salvar. Não acho que tenha nada que ver com a parte mística ou católica", afirma. Na Índia, Ramesh se junta a esse grupo muito restrito de pessoas que escaparam de grandes desastres. Como o Ramesh sobreviveu, e o que exatamente se passou com o 787 da Air India, só o tempo – e as investigações – vão dizer. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. 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FONTE: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/06/15/queda-do-boeing-787-com-242-pessoas-a-bordo-e-um-sobrevivente-existe-assento-mais-seguro-nos-avioes.ghtml


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